CASO FLOYD, JUSTIÇA FOI FEITA. MAS SERÁ QUE VEREMOS MAIS MUDANÇAS?

 


Assassinado em 25 de maio de 2020, George Floydafro-americano pode agora descansar em paz. Seu algoz, Derek Chauvin, então policial de Minneapolis, ajoelhou-se no pescoço dele durante oito minutos e quarenta e seis segundos, enquanto estava deitado de bruços na estrada. Esse fato causou uma onda de indignação depois da divulgação de um vídeo.

CONTEXTUALIZANDO.

A segregação racial ainda está entranhada na política mundial. Essa política visa um separatismo entre indivíduos ou grupos de indivíduos de uma mesma sociedade com base em critérios étnicos ou raciais. Esse movimento teve início no século XIX e se consolidou no século seguinte, em países como a Alemanha nazista, que empreendera uma política antissemita, na África do Sul, com a instituição do apartheid e igualmente nos EUA.

 A questão racial nesse último país remete ao processo de formação dos EUA, principalmente em razão de diferenças básicas entre o Sul e o Norte. Os EUA inicialmente foram colonizados pelos ingleses, que originaram as famosas Treze Colônias no leste do país. E com a vitória sobre a Inglaterra na guerra da independência, se deu a formação do Estado Americano e a elaboração da Constituição de 1787, cujo preâmbulo se inicia com a expressão “We the People of the United States”, nós, povo dos Estados Unidos.

Suprema Corte negou um recurso do ex-escravo Dred Scott contra o Sr. John F. A. Sanford, que pleiteou continuar livre. A Corte não incluiu o negro como povo. Negro é coisa e como coisa, Dred Scott voltaria a ser propriedade de Sandford.

A dicotomia foi cessada pela Guerra da Secessão nos anos de 1861 e 1865. Nessa guerra entraram em confronto os Estados do Norte, ou União, comandados pelo então presidente Abraham Lincoln e os autoproclamados Estados Confederados do Sul, que pretendiam fundar uma confederação separatista A guerra terminou finalmente com a vitória do Norte e resultou na imediata abolição da escravatura em todo o país.

A década de 50 foi de intensa luta pelos direitos civis dos negros norte-americanos. Tendo como líder Martin Luther King, que com seu notável discurso, I have a dream (Eu tenho um sonho), proferido na cidade de Washington inaugurou um dos principais momentos da luta contra a opressão racial nos EUA. 

“Eu tenho um sonho: o de que, um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos antigos escravos e os filhos dos antigos senhores de escravos poderão se sentar juntos à mesa da fraternidade.”

O Black lives matter teve seu início em 2013 e idealizado por três mulheres ativistas negras: Alicia Garza, diretora da National Domestic Workers Alliance (Aliança nacional de trabalhadoras domésticas); Patrisse Cullors, diretora da Coalition to End Sheriff Violence in Los Angeles (Coligação contra a violência policial em Los Angeles; e Opal Tometi, uma ativista pelos direitos dos imigrantes.  Nesse ano, elas protestaram contra a absolvição do policial no caso do jovem de 17 anos, Trayvon Martin. O movimento cresceu e atingiu um novo público em 2014, quando protestava contra a polícia pela morte de Michael Brown.

Com a morte de George Floyd, o movimento reacendeu e levou milhares de pessoas às ruas. Os protestos continuam até hoje, transcendendo as fronteiras norte-americanas e estimulando atos contra o racismo em países como Brasil, França, Alemanha, Nova Zelândia, Canadá e Reino Unido.

 

“Black Lives Matter luta por um mundo em que as vidas dos negros e as negras deixem de ser atacadas de forma sistémica e intencional. Defendemos as nossas contribuições a esta sociedade, a nossa humanidade e a nossa resistência à opressão mortífera. Pomos o nosso esforço e o nosso amor pela gente negra ao serviço da criação de um projeto político, tirando o hashtag fora das redes sociais e levando-o à rua”.

 

Quase um ano após a morte de Derek Chauvin foi condenado pela morte de George Floyd, em decisão unânime do júri, cujo veredicto foi batido no estado de Minnsota.

A condenação do policial foi um momento histórico  e uma vitória dos Direitos Humano.  Foi o principal assunto dos últimos dias. O presidente americano, Joe Biden, falou sobre 'o racismo sistêmico' que chamou de 'mancha na alma da nação' e declarou que este pode ser o momento de uma 'mudança significativa.

Será?

No dia da condenação, uma policial matou um negro. Mais uma vida negra perdida.

Temos que desatar as amarras de um passado negro que empobrece nossas mente e nossos corações.

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