RELAÇÃO ENTRE A LITERATURA DE MACHADO DE ASSIS E O DIREITO.

 



É importante fazer a relação entre direito e literatura para uma melhor compreensão de obras literárias como as de Machado de Assis para a expansão do potencial das ciências jurídicas, evidenciado através dos discursos de persuasão e convencimento utilizados pelos protagonistas de suas obras.

Machado de Assis, cofundador da Academia Brasileira de Letras, nasceu no Rio de Janeiro. Negro, pobre, filho de escravos alforriados, ganhou notoriedade em meio à sociedade burguesa ascendente, criticando e  analisando relações de poder e seus aspectos culturais mais essenciais.

O livro O Alienista condena a dominação do conhecimento da população mais abastada perante uma população ignorante que nada questionava, até o momento em que a liberdade de cada um tornou-se passível de ser tomada.

A citação “Bastilha da razão humana” serviu de modelo da estrutura carcerária que hoje se definha Brasil afora, ao mesmo tempo que se expande.

Em Esaú e Jacó enfatiza a transição do velho para o novo, a República ganha mais força com a  Constituição que antes servia “para inglês ver”.

 

“Nada se mudaria; o regime, sim, era possível, mas também se muda de roupa sem troca de pele. No sábado, ou quando muito na segunda feira, tudo voltaria ao que era na véspera, menos a constituição”.

A sociedade paternalista é o elemento criticado por machado de Assis. O autor, com seu toque de realismo usual, bate de frente desestruturando a cultura da época.

Memórias póstumas de Brás Cubas é a obra mais notável do autor. Ela conseguiu mostras a característica humana mais bronca de sua época: “O homem trocaria qualquer coisa, até mesmo sua felicidade e alegria futura, mas nunca a sua posição”.

A obra machadiana evidencia nessa obra que quanto mais caminhava para o futuro, mais se afundava nos erros do passado. O medo do negro, agora liberto, era pujante em suas entrelinhas, como aquele que deveria ser evitado a todo o custo.

Tudo é uma questão de revelar os dominadores que são os homens de elevada classe social e os dominados que vão dos homens inferiores a mulheres, favelados, amantes e negros. Mesmo sendo esse negro a ama de leite, que amamentava o filho do branco. Para o autor, tudo é relação de poder e homem somente é igual quando morre.


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