EXTREMISMO POLÍTICO.

É uma expressão que refere-se a doutrinas ou modelos de ação política que preconizam soluções extremas, radicais e revolucionárias, para os problemas sociais. Frequentemente está associado ao dogmatismo, ao fanatismo e à tentativas de imposição de estilos e modos de vida, bem como à negação radical de valores vigentes. O extremismo, unido ao unilateralismo, resulta em total fechamento ao diálogo e à negociação. Ele surge surge e desaparece apenas em função do clima institucional, ou se existem traços cognitivos, disseminados na população, que reforçam a demanda por posturas políticas mais extremas ou radicais? É importante salientar que o extremismo político não explica completamente - nem tampouco é explicado - pela polarização. "Polarização difere de extremismo. Extremismo não é necessariamente uma categoria partidária. Nós podemos pensá-lo como uma tendência que estende a distribuição ideológica". Ou seja, o extremismo está mais no campo das ideias (que políticos e movimentos personificam) e pode se aplicar tanto à esquerda, quanto à direita. O extremismo é uma espécie de caixinha de ferramentas discursiva e postural, cujo uso facilita a polarização e o ódio, ms basta ver o que acabou de acontecer em Recife para compreender que não só as diferenças, mas também as semelhanças, podem acirrar a polarização, assunto que trataremos numa outra ocasião. Aqueles já discutiram sobre política sabe que é quase impossível convencer alguém de que está enganado, principalmente em questões ideológicas. Mas há luz, embora pequena. Já quando se trata de extremistas, essa possibilidade é quase nula. Dada a crescente relevância dos movimentos políticos radicais, surgiram nos últimos anos novos estudos destacando o excesso de confiança que os mais radicais têm em sua própria opinião. O extremismo político vem crescendo de modo alarmante no Brasil. Posicionamentos apaixonados e incoerentes se misturam com discursos inflamados e violentos, carregados de reações extremas e radicais. Os que se posicionam desse modo não costumam apenas apresentar soluções simples para problemas complexos e profundos, eles não aceitam o contraditório. Essa é, infelizmente, uma tendência mundial e que já foi vista em outros períodos históricos da humanidade.
A prática desses grupos radicais não fica restrita ao campo das ideias, muitas vezes eles passam a ter uma postura violenta nas plataformas digitais e até mesmo nas ruas, inclusive com o uso do terror contra os indivíduos ideologicamente contrários a eles. O discurso de ódio propagado por esses grupos é profundamente maléfico para a construção de uma sociedade democrática, na realidade os radicais de esquerda e de direita têm em comum a antidemocracia. As ideologias extremistas foram responsáveis pela maior parte das tragédias humanas dos últimos séculos, sendo de esquerda (comunismo) ou de direita (fascismo). Diante do cenário políco do nosso país,especialmente nas últimas eleições, trágicas e frustrantes, deem uma contribuição ao conhecimento dos eleitores. Desejamos eleitores mais conscientes. É importante fugir da eterna manipulação de vários políticos inescrupulosos, tanto os de “direita” quanto os de “esquerda”, que objetivam somente o voto, falando exatamente o que o povo quer ouvir. Poderiam ser mais bem classificados como populistas, ou oportunistas (e não esquerdistas ou direitistas), pois, menosprezando o lado positivo dessas ideologias, eles se apoderam do voto da grande massa dos despolitizados e desesperançados, que são os ávidos seguidores das tendências autoritárias. No Brasil pós-golpe, era da ‘conciliação’ dá lugar a era da devastação Sua hipótese é a de que as inseguranças das pessoas em relação a vínculos são muito reais. Ou seja, vínculos entre as pessoas, relações de cuidado em uma sociedade com crianças, idosos, pessoas doentes em situações econômicas especificas.”Essas questões todas estão sendo transformadas em apoio a visões antidemocráticas. Há uma chave, a ideia de que as maiorias existiriam e seriam correspondentes a valores tradicionais ameaçados. E isso tem sido muito utilizado. Nós temos de ser capazes de fornecer uma alternativa, sem virar as costas para inseguranças que têm, sim, relações com vínculos, com as famílias, com as pessoas, seus afetos; a gente tem de ter capacidade de lidar com isso. Por que senão, gente, é prato cheio para mobilizações antidemocráticas”. Traços de extremismo. O primeiro item da personalidade política extremista é a veneração incondicional a uma determinada liderança política, normalmente uma figura carismática de forte apelo popular. É quase um culto religioso. O líder assume características mitológicas e messiânicas que não são encontradas nos meros mortais. O desprezo pelos veículos de comunicação tradicionais é um segundo traço característico do discurso político radical. O jornalismo profissional é normalmente visto como uma ameaça. Os bons jornalistas são aqueles que fazem militância em favor da liderança política extremista e de suas realizações (reais ou imaginárias). A simpatia ou tolerância para com regimes autoritários (do presente ou do passado, de dentro ou de fora do Brasil) é um terceiro componente do extremismo político. Os radicais de esquerda e de direita não têm a democracia como um valor universal, e admitem que regimes autoritários (ou semi-autoritários) são aceitáveis em circunstâncias determinadas. A hipervalorização das prerrogativas do poder executivo também integra a lista de quesitos da personalidade política extremista. Quando estão participando do governo, os radicais tendem a desvalorizar o poder legislativo, o poder judiciário e os governos subnacionais. Os extremistas detestam a separação de poderes, o federalismo e a limitação do poder dos governos. Uma quinta característica marcante das narrativas extremistas é a sua obsessão em reduzir o natural pluralismo da política a categorias identitárias bipolares, do tipo “nós” contra “eles”. O centro político é apresentado como se fosse idêntico ao extremo ideológico oposto. A esquerda e a direita radicais admitem como “centro” apenas as versões moderadas de si próprias. Os extremistas sempre julgam ter o monopólio das virtudes. O uso irresponsável e temerário de um vocabulário político polarizado é o sexto item desta lista. Os extremistas, especialmente quando se referem ao polo ideológico oposto, adoram utilizar expressões como “golpe”, “fascismo”, “comunismo”, “chacina” e “genocídio”. Estes e outros termos similares têm definições conceituais rigorosas, mas são empregados de forma conceitualmente leviana pelos radicais, com o objetivo de intoxicar o ambiente político. Finalmente, o sétimo e último item que descreve o extremismo é a enorme dificuldade deste tipo de personalidade política em fazer autocrítica. Os radicais são incapazes de reconhecer publicamente seus erros passados, e de pedir desculpas por eles. No máximo, conseguem atribuí-los a circunstâncias externas. Mas jamais às suas próprias imperfeições inatas. O extremista (de direita ou de esquerda) não precisa necessariamente pontuar em todos os sete quesitos desta lista infame de radicalismos. Mas caso venha a pontuar em quatro ou mais deles, recomendo que já procure com urgência um tratamento de desintoxicação.

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